TR (Bacen): Calcular correção monetária e tabela completa com os índices mensais

Consultar outro índice de correção monetária

Calcular correção monetária TR (Bacen)

Como calcular correção monetária pela TR (Bacen)


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  1. Acesse o programa e-Atualiza 2.0.
  2. Clique no botão Fazer novo cálculo.
  3. Informe o nome do cálculo (todos os cálculos ficam gravados no sistema, será através do nome do cálculo que você irá localizá-lo em uma consulta futura).
  4. No campo corrigir valores até, você irá iformar até que data você deseja aplicar a atualização monetária.
  5. Selecione qual índice de correção monetária você irá aplicar ao cálculo, neste caso TR (Bacen).
  6. Selecione se você deseja aplicar ou não a correção monetária pró-rata die.
  7. Selecione se você irá ignorar ou não os índices negativos.
  8. Selecione qual tipo de relatório você deseja emitir no cálculo final (resumido, mês a mês ou em formato planilha).
  9. Marque o que você deseja calcular, além da correção monetária (juros, multas, honorários).
  10. Informe a data de vencimento (data inicial de correção monetária).
  11. Informe o valor a ser atualizado, em moeda corrente na data do vencimento.

Tabela com histórico dos índices da TR


Abaixo disponibilizamos a tabela dos índices da TR (Bacen) de fevereiro de 1991 até maio de 2025.
TR (Bacen) 1991
(%)
janeiro/1991 --
fevereiro/1991 7,0000
março/1991 8,5000
abril/1991 8,9300
maio/1991 8,9900
junho/1991 9,4000
julho/1991 10,0500
agosto/1991 11,9500
setembro/1991 16,7800
outubro/1991 19,7700
novembro/1991 30,5200
dezembro/1991 28,4200
TR (Bacen) 1992
(%)
janeiro/1992 25,4800
fevereiro/1992 25,6100
março/1992 24,2700
abril/1992 21,0800
maio/1992 19,8100
junho/1992 21,0500
julho/1992 23,6900
agosto/1992 23,2200
setembro/1992 25,3800
outubro/1992 25,0700
novembro/1992 23,2900
dezembro/1992 23,9500
TR (Bacen) 1993
(%)
janeiro/1993 26,7600
fevereiro/1993 26,4000
março/1993 25,8100
abril/1993 28,2200
maio/1993 28,6800
junho/1993 30,0800
julho/1993 30,3700
agosto/1993 33,3400
setembro/1993 34,6200
outubro/1993 36,5300
novembro/1993 36,1600
dezembro/1993 36,8000
TR (Bacen) 1994
(%)
janeiro/1994 41,4400
fevereiro/1994 39,8600
março/1994 41,8500
abril/1994 45,9700
maio/1994 46,4400
junho/1994 46,8753
julho/1994 5,0262
agosto/1994 2,1312
setembro/1994 2,4391
outubro/1994 2,5551
novembro/1994 2,9210
dezembro/1994 2,8731
TR (Bacen) 1995
(%)
janeiro/1995 2,1013
fevereiro/1995 1,8531
março/1995 2,2998
abril/1995 3,4667
maio/1995 3,2471
junho/1995 2,8863
julho/1995 2,9905
agosto/1995 2,6045
setembro/1995 1,9393
outubro/1995 1,6540
novembro/1995 1,4387
dezembro/1995 1,3400
TR (Bacen) 1996
(%)
janeiro/1996 1,2526
fevereiro/1996 0,9625
março/1996 0,8139
abril/1996 0,6597
maio/1996 0,5888
junho/1996 0,6099
julho/1996 0,5851
agosto/1996 0,6275
setembro/1996 0,6620
outubro/1996 0,7419
novembro/1996 0,8146
dezembro/1996 0,8717
TR (Bacen) 1997
(%)
janeiro/1997 0,7440
fevereiro/1997 0,6616
março/1997 0,6316
abril/1997 0,6211
maio/1997 0,6354
junho/1997 0,6535
julho/1997 0,6580
agosto/1997 0,6270
setembro/1997 0,6474
outubro/1997 0,6553
novembro/1997 1,5334
dezembro/1997 1,3085
TR (Bacen) 1998
(%)
janeiro/1998 1,1459
fevereiro/1998 0,4461
março/1998 0,8995
abril/1998 0,4720
maio/1998 0,4543
junho/1998 0,4913
julho/1998 0,5503
agosto/1998 0,3749
setembro/1998 0,4512
outubro/1998 0,8892
novembro/1998 0,6136
dezembro/1998 0,7434
TR (Bacen) 1999
(%)
janeiro/1999 0,5163
fevereiro/1999 0,8298
março/1999 1,1614
abril/1999 0,6092
maio/1999 0,5761
junho/1999 0,3108
julho/1999 0,2933
agosto/1999 0,2945
setembro/1999 0,2715
outubro/1999 0,2265
novembro/1999 0,1998
dezembro/1999 0,2998
TR (Bacen) 2000
(%)
janeiro/2000 0,2149
fevereiro/2000 0,2328
março/2000 0,2242
abril/2000 0,1301
maio/2000 0,2492
junho/2000 0,2140
julho/2000 0,1547
agosto/2000 0,2025
setembro/2000 0,1038
outubro/2000 0,1316
novembro/2000 0,1197
dezembro/2000 0,0991
TR (Bacen) 2001
(%)
janeiro/2001 0,1369
fevereiro/2001 0,0368
março/2001 0,1724
abril/2001 0,1546
maio/2001 0,1827
junho/2001 0,1458
julho/2001 0,2441
agosto/2001 0,3436
setembro/2001 0,1627
outubro/2001 0,2913
novembro/2001 0,1928
dezembro/2001 0,1983
TR (Bacen) 2002
(%)
janeiro/2002 0,2591
fevereiro/2002 0,1171
março/2002 0,1758
abril/2002 0,2357
maio/2002 0,2102
junho/2002 0,1582
julho/2002 0,2656
agosto/2002 0,2481
setembro/2002 0,1955
outubro/2002 0,2768
novembro/2002 0,2644
dezembro/2002 0,3609
TR (Bacen) 2003
(%)
janeiro/2003 0,4878
fevereiro/2003 0,4116
março/2003 0,3782
abril/2003 0,4184
maio/2003 0,4650
junho/2003 0,4166
julho/2003 0,5465
agosto/2003 0,4038
setembro/2003 0,3364
outubro/2003 0,3213
novembro/2003 0,1776
dezembro/2003 0,1899
TR (Bacen) 2004
(%)
janeiro/2004 0,1280
fevereiro/2004 0,0458
março/2004 0,1778
abril/2004 0,0874
maio/2004 0,1546
junho/2004 0,1761
julho/2004 0,1952
agosto/2004 0,2005
setembro/2004 0,1728
outubro/2004 0,1108
novembro/2004 0,1146
dezembro/2004 0,2400
TR (Bacen) 2005
(%)
janeiro/2005 0,1880
fevereiro/2005 0,0962
março/2005 0,2635
abril/2005 0,2003
maio/2005 0,2527
junho/2005 0,2993
julho/2005 0,2575
agosto/2005 0,3466
setembro/2005 0,2637
outubro/2005 0,2100
novembro/2005 0,1929
dezembro/2005 0,2269
TR (Bacen) 2006
(%)
janeiro/2006 0,2326
fevereiro/2006 0,0725
março/2006 0,2073
abril/2006 0,0855
maio/2006 0,1888
junho/2006 0,1937
julho/2006 0,1751
agosto/2006 0,2436
setembro/2006 0,1521
outubro/2006 0,1875
novembro/2006 0,1282
dezembro/2006 0,1522
TR (Bacen) 2007
(%)
janeiro/2007 0,2189
fevereiro/2007 0,0721
março/2007 0,1876
abril/2007 0,1272
maio/2007 0,1689
junho/2007 0,0954
julho/2007 0,1469
agosto/2007 0,1466
setembro/2007 0,0352
outubro/2007 0,1142
novembro/2007 0,0590
dezembro/2007 0,0640
TR (Bacen) 2008
(%)
janeiro/2008 0,1010
fevereiro/2008 0,0243
março/2008 0,0409
abril/2008 0,0955
maio/2008 0,0736
junho/2008 0,1146
julho/2008 0,1914
agosto/2008 0,1574
setembro/2008 0,1970
outubro/2008 0,2506
novembro/2008 0,1618
dezembro/2008 0,2149
TR (Bacen) 2009
(%)
janeiro/2009 0,1840
fevereiro/2009 0,0451
março/2009 0,1438
abril/2009 0,0454
maio/2009 0,0449
junho/2009 0,0656
julho/2009 0,1051
agosto/2009 0,0197
setembro/2009 0,0000
outubro/2009 0,0000
novembro/2009 0,0000
dezembro/2009 0,0533
TR (Bacen) 2010
(%)
janeiro/2010 0,0000
fevereiro/2010 0,0000
março/2010 0,0792
abril/2010 0,0000
maio/2010 0,0510
junho/2010 0,0589
julho/2010 0,1151
agosto/2010 0,0909
setembro/2010 0,0702
outubro/2010 0,0472
novembro/2010 0,0336
dezembro/2010 0,1406
TR (Bacen) 2011
(%)
janeiro/2011 0,0715
fevereiro/2011 0,0524
março/2011 0,1212
abril/2011 0,0369
maio/2011 0,1570
junho/2011 0,1114
julho/2011 0,1229
agosto/2011 0,2076
setembro/2011 0,1003
outubro/2011 0,0620
novembro/2011 0,0645
dezembro/2011 0,0937
TR (Bacen) 2012
(%)
janeiro/2012 0,0864
fevereiro/2012 0,0000
março/2012 0,1068
abril/2012 0,0227
maio/2012 0,0468
junho/2012 0,0000
julho/2012 0,0144
agosto/2012 0,0123
setembro/2012 0,0000
outubro/2012 0,0000
novembro/2012 0,0000
dezembro/2012 0,0000
TR (Bacen) 2013
(%)
janeiro/2013 0,0000
fevereiro/2013 0,0000
março/2013 0,0000
abril/2013 0,0000
maio/2013 0,0000
junho/2013 0,0000
julho/2013 0,0209
agosto/2013 0,0000
setembro/2013 0,0079
outubro/2013 0,0920
novembro/2013 0,0207
dezembro/2013 0,0494
TR (Bacen) 2014
(%)
janeiro/2014 0,1126
fevereiro/2014 0,0537
março/2014 0,0266
abril/2014 0,0459
maio/2014 0,0604
junho/2014 0,0465
julho/2014 0,1054
agosto/2014 0,0602
setembro/2014 0,0873
outubro/2014 0,1038
novembro/2014 0,0483
dezembro/2014 0,1053
TR (Bacen) 2015
(%)
janeiro/2015 0,0878
fevereiro/2015 0,0168
março/2015 0,1296
abril/2015 0,1074
maio/2015 0,1153
junho/2015 0,1813
julho/2015 0,2305
agosto/2015 0,1867
setembro/2015 0,1920
outubro/2015 0,1790
novembro/2015 0,1297
dezembro/2015 0,2250
TR (Bacen) 2016
(%)
janeiro/2016 0,1320
fevereiro/2016 0,0957
março/2016 0,2168
abril/2016 0,1304
maio/2016 0,1533
junho/2016 0,2043
julho/2016 0,1621
agosto/2016 0,2545
setembro/2016 0,1575
outubro/2016 0,1601
novembro/2016 0,1428
dezembro/2016 0,1849
TR (Bacen) 2017
(%)
janeiro/2017 0,1700
fevereiro/2017 0,0302
março/2017 0,1519
abril/2017 0,0000
maio/2017 0,0764
junho/2017 0,0536
julho/2017 0,0623
agosto/2017 0,0509
setembro/2017 0,0000
outubro/2017 0,0000
novembro/2017 0,0000
dezembro/2017 0,0000
TR (Bacen) 2018
(%)
janeiro/2018 0,0000
fevereiro/2018 0,0000
março/2018 0,0000
abril/2018 0,0000
maio/2018 0,0000
junho/2018 0,0000
julho/2018 0,0000
agosto/2018 0,0000
setembro/2018 0,0000
outubro/2018 0,0000
novembro/2018 0,0000
dezembro/2018 0,0000
TR (Bacen) 2019
(%)
janeiro/2019 0,0000
fevereiro/2019 0,0000
março/2019 0,0000
abril/2019 0,0000
maio/2019 0,0000
junho/2019 0,0000
julho/2019 0,0000
agosto/2019 0,0000
setembro/2019 0,0000
outubro/2019 0,0000
novembro/2019 0,0000
dezembro/2019 0,0000
TR (Bacen) 2020
(%)
janeiro/2020 0,0000
fevereiro/2020 0,0000
março/2020 0,0000
abril/2020 0,0000
maio/2020 0,0000
junho/2020 0,0000
julho/2020 0,0000
agosto/2020 0,0000
setembro/2020 0,0000
outubro/2020 0,0000
novembro/2020 0,0000
dezembro/2020 0,0000
TR (Bacen) 2021
(%)
janeiro/2021 0,0000
fevereiro/2021 0,0000
março/2021 0,0000
abril/2021 0,0000
maio/2021 0,0000
junho/2021 0,0000
julho/2021 0,0000
agosto/2021 0,0000
setembro/2021 0,0000
outubro/2021 0,0000
novembro/2021 0,0000
dezembro/2021 0,0488
TR (Bacen) 2022
(%)
janeiro/2022 0,0605
fevereiro/2022 0,0000
março/2022 0,0971
abril/2022 0,0555
maio/2022 0,1663
junho/2022 0,1484
julho/2022 0,1631
agosto/2022 0,2409
setembro/2022 0,1805
outubro/2022 0,1494
novembro/2022 0,1507
dezembro/2022 0,2072
TR (Bacen) 2023
(%)
janeiro/2023 0,2081
fevereiro/2023 0,0830
março/2023 0,2392
abril/2023 0,0821
maio/2023 0,2147
junho/2023 0,1799
julho/2023 0,1581
agosto/2023 0,2160
setembro/2023 0,1130
outubro/2023 0,1056
novembro/2023 0,0775
dezembro/2023 0,0690
TR (Bacen) 2024
(%)
janeiro/2024 0,0875
fevereiro/2024 0,0079
março/2024 0,0331
abril/2024 0,1023
maio/2024 0,0870
junho/2024 0,0365
julho/2024 0,0739
agosto/2024 0,0707
setembro/2024 0,0675
outubro/2024 0,0977
novembro/2024 0,0649
dezembro/2024 0,0822
TR (Bacen) 2025
(%)
janeiro/2025 0,1690
fevereiro/2025 0,1324
março/2025 0,1092
abril/2025 0,1689
maio/2025 0,1712

Ela já foi superimportante para o controle da inflação no Brasil nos anos 1990 e, atualmente, tem rendimento nulo, limitando a rentabilidade dos investimentos aos quais está atrelada. Estamos falando da Taxa Referencial, mais conhecida pela sigla TR.

Se você já fez um financiamento habitacional, trabalhou com carteira assinada ou realizou aplicações na caderneta de poupança, saiba que a TR impactou a sua vida financeira. Por isso, é importante entender como essa taxa é calculada e acompanhar suas variações.

Neste post, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a Taxa Referencial: histórico, fórmula para cálculo, impactos na rentabilidade de investimentos e na correção de dívidas, além de apresentar alternativas para quem ainda tem aplicações atreladas à TR.

O que é a Taxa Referencial (TR)? 

A hiperinflação acontece quando a inflação atinge níveis acima de 50% ao mês. E era este o cenário no Brasil quando a TR foi criada, em 1991, durante a administração Fernando Collor.

Com a taxa, o objetivo do governo era criar um índice de correção monetária, ajudando no controle da inflação e, logo, protegendo o poder de compra da moeda nacional, na época, o Cruzeiro.

Funcionava assim: a TR era medida diariamente e, no fim de um mês, o governo sabia quanto havia sido a inflação acumulada durante aquele período.

Como a TR refletia a inflação acumulada, ela era usada para corrigir o “valor do dinheiro” (correção monetária), atualizando o poder de compra da moeda nacional e evitando que o dinheiro do brasileiro perdesse poder de compra de um dia para o outro.

Logo, se a inflação subisse, a TR acompanhava a variação e corrigia o poder de compra da moeda corrente no país.

Apenas para se ter uma ideia da importância da TR no contexto inflacionário, em 1991, a TR rendeu cerca de 355%, atingindo o patamar histórico de 2.474% em 1994. A implementação do Plano Real, também em 1994, foi fundamental para controlar a inflação no país e, a partir de 1995, a Taxa Referencial começou a perder valor.

Apesar de ter perdido relevância para a taxa Selic como instrumento de controle da inflação, a TR ainda está presente no cálculo de rendimento da poupança, nos financiamentos imobiliários (principalmente os da Caixa Econômica Federal) e nos rendimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ou seja, ela faz parte do dia a dia dos brasileiros.

Como a TR é calculada? 

Até 2018, o Banco Central utilizou a média ponderada e ajustada das taxas de juros pagas diariamente pelos Certificados de Depósito Bancário (CDB) prefixados das 30 maiores instituições financeiras do país para calcular a Taxa Referencial. Essa média, divulgada mensalmente, é chamada de Taxa Básica Financeira (TBF).

R = (a+b) x TBF 

Sendo: 

– R é o Redutor; 
– a é um valor fixo igual a 1,005 (esse valor foi definido na criação da TR); 
– b depende do valor da TBF (esse dado é sempre divulgado pelo Banco Central); 
– TBF (Tarifa Básica Financeira definida e divulgada diariamente pelo Banco Central). 

Após calcular o Redutor é possível encontrar o valor da TR com a seguinte fórmula:  

TR = 100 x {[(1 + TBF ÷ 100) ÷ R]  - 1} 

Você não precisa fazer todos esses cálculos para descobrir a rentabilidade da TR sobre as suas aplicações ou financiamentos. Com a calculadora e-Atualiza 2.0, disponibilizada em nosso site www.ecalculos.com.br, você pode conferir, em poucos passos, a correção de valores pela TR em um determinado período.

Um dado importante sobre a TR é que, por convenção do Banco Central, ela não pode ser negativa. Quando o resultado do cálculo acima é negativo, o valor da TR é sempre zero.

Em função das quedas históricas da taxa Selic, o valor da Taxa Referencial é zero desde o segundo semestre de 2017. Vamos entender nos próximos tópicos como isso impacta a rentabilidade de alguns investimentos e financiamentos.

Veja na tabela abaixo a evolução da Selic e da TR no ano de 2017: informar dados mais recentes!!!

Mês Taxa Selic Taxa Referencial (TR) 
Janeiro 1,09% 0,17% 
Fevereiro 0,87% 0,03% 
Março 1,05% 0,15% 
Abril 0,79% 0,00% 
Maio 0,93% 0,08% 
Junho 0,81% 0,05% 
Julho 0,80% 0,06% 
Agosto 0,80% 0,05% 
Setembro 0,64% 0,00% 
Outubro 0,64% 0,00% 
Novembro 0,57% 0,00% 
Dezembro 0,54% 0,00% 
Fonte: Banco Central e Ministério da Economia

Taxa Referencial na Poupança 

A regra para o cálculo da caderneta de poupança mudou em 2012, mas a TR continua sendo fundamental para a rentabilidade final desse investimento, que ainda é escolhido por muitos brasileiros apesar do baixíssimo rendimento.

São duas as regras vigentes no Brasil para o cálculo da caderneta: a da poupança nova e a da poupança antiga. Entenda abaixo como funciona.

Poupança antiga (depósitos realizados até 3 de maio de 2012):

  • 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR)

Poupança nova (depósitos realizados a partir de 4 de maio de 2012):

  • Quando a Taxa Selic for igual ou inferior a 8,5%, a poupança pagará 70% da Selic + a Taxa Referencial (TR), que, nos últimos anos, tem sido zero.
  • Quando a Taxa Selic for superior a 8,5%, a poupança pagará 0,5% ao mês + a Taxa Referencial (TR).

Apesar da TR nula, quem tem valores na poupança antiga ainda recebe uma boa remuneração. Mesmo assim, ainda vale retirar os seus investimentos e migrar para o crédito bancário, por exemplo. Investimentos até R$ 250.000,00 têm garantia do FGC (Principal + Juros). O mesmo é possível dizer da poupança nova no contexto atual, que paga um percentual da taxa Selic (em mínimas históricas) + zero de TR.

Taxa Referencial no FGTS 

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito trabalhista oferecido a todos os empregados conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, quem trabalha com registro em carteira tem direito ao FGTS.

Mensalmente, 8% dos rendimentos brutos desses trabalhadores são depositados pelo empregador nesse fundo, e o saque é permitido de acordo com regras específicas do Ministério do Trabalho.

A proposta do FGTS é funcionar como uma poupança ao trabalhador, garantindo recursos em caso de demissão e outras situações. Em geral, como esses valores ficam depositados por longos períodos, o governo criou regras para que ele não perdesse seu poder de compra em relação à inflação.

O cálculo de rentabilidade do FGTS foi alterado nos últimos anos. Até 2017, o Fundo rendia 3% ao ano + a Taxa Referencial. Como a TR está nula desde o segundo semestre desse mesmo ano, o governo passou a considerar como cálculo para o FGTS 3% a.a. + TR + 50% dos lucros do Fundo apurados no ano anterior, distribuídos proporcionalmente de acordo com o saldo da conta.

TR nos financiamentos imobiliários 

Até 2018, indexar a Taxa Referencial aos financiamentos imobiliários era obrigatório. Na prática, a TR corrigia o saldo devedor desses compromissos financeiros, mas, diante dos patamares da taxa de juros e da TR nula, o Banco Central definiu que a TR não deve ser obrigatória na correção de contratos firmados fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

A decisão do Banco Central foi tomada com o objetivo de incentivar a correção dos saldos devedores de acordo com as taxas praticadas pelo mercado. Alguns financiamentos imobiliários, no entanto, ainda podem ser indexados à Taxa Referencial, como os que são realizados através da Caixa Econômica Federal. Para isso é necessário solicitar a indexação da dívida à TR.

Como, normalmente, os financiamentos imobiliários são realizados via pagamentos de longo prazo, o tomador da dívida deve sempre avaliar as perspectivas econômicas antes de optar por uma mudança na taxa que irá corrigir o seu financiamento.

TR nos títulos de capitalização 

Os títulos de capitalização são produtos financeiros comuns no mercado brasileiro graças à massiva oferta dos bancos. Mas eles, assim como a poupança, não são bons negócios para o seu patrimônio se comparados a outras possibilidades de investimentos.

Mas o que a Taxa Referencial tem a ver com os títulos de capitalização? Esses títulos são indexados à TR ou oferecem uma rentabilidade semelhante à poupança. Logo, como exemplificado acima, o dinheiro aplicado em títulos de capitalização pode ter rentabilidade inferior à inflação, representando uma perda do poder de compra.

Em geral, esses títulos ainda penalizam quem os compra em caso de saque antes do vencimento do contrato com uma multa que pode chegar até 10% do valor da aplicação. Logo, alocar recursos em títulos de capitalização é uma alternativa que pode se revelar ainda pior que a poupança, considerando o patamar atual da TR e da Taxa Selic.

TR e Títulos Públicos 

Como mostramos no decorrer deste post, a Taxa Referencial foi importante para a correção monetária durante o período inflacionário do início dos anos 1990 e, por muitos anos, foi utilizada como indicador geral da economia brasileira. Logo, ela também era usada como indexador de alguns títulos públicos, conhecidos como NTN-H e NTN-P.

Esses títulos foram descontinuados e não estão disponíveis para negociação na plataforma do Tesouro Direto, mas há investidores que ainda possuem esses ativos em suas carteiras, principalmente nas aplicações que foram realizadas a longo prazo.

Atualmente são oferecidas as seguintes modalidades de Títulos Públicos:

  • Tesouro Prefixado (LTN)
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
  • Tesouro IPCA + (NTN-B principal)
  • Tesouro IPCA + Juros Semestrais (NTN-B)
  • Tesouro Selic (LFT)

TR e Investimentos 

Como a Taxa Referencial, atualmente, tem rendimento nulo, qualquer investimento atrelado a ela tem rentabilidade comprometida e, portanto, não é recomendável para seu patrimônio. Um bom exemplo disso é a caderneta de poupança.

A inflação projetada para este ano, segundo o último Boletim Focus (17 de julho de 2020), é de 1,72% ao ano, enquanto a poupança nova, como mostramos, tem rendimento atual de 70% da Selic + TR. Logo:

  • Poupança nova: 70% x 2,25% (Selic) = 1,57% ao ano 
  • Inflação projetada: 1,72% ao ano (boletim Focus 17/7/2020) 

Sem a rentabilidade da TR e rendendo apenas 70% da Selic, a poupança deve perder para a inflação em 2020. Logo, os recursos aplicados na caderneta irão se desvalorizar, o que significa uma redução no poder de compra do dinheiro aplicado.

Alternativas à Taxa Referencial 

Como você pôde observar neste post, a TR, nos patamares atuais, pode ser a vilã ou a aliada da sua vida financeira. Se você tem um financiamento imobiliário indexado apenas à taxa, o saldo do seu débito, desde o fim de 2017, não está sendo corrigido. Por outro lado, as economias deixadas na poupança também foram penalizadas. Por isso, é importante buscar alternativas para o seu dinheiro.

Boa parte dos brasileiros ainda insiste na poupança porque tem medo ou desconhece outras possibilidades de investimentos tão seguras quanto a caderneta e que, no cenário atual, oferecem maior rentabilidade. Vamos falar sobre eles abaixo.

Há quem acredite que a poupança não ofereça riscos e que seja garantida pelo governo. Isso não é verdade! No que tange aos investimentos, os únicos recursos garantidos pelo Tesouro Nacional são os títulos públicos, atualmente negociados pela plataforma do Tesouro Direto, estes, sim, são os investimentos mais seguros que o mercado pode oferecer.

Outra vantagem do Tesouro Direto é ser acessível para aplicações em pequenos valores, com cotas de títulos negociadas a partir de R$ 30. A rentabilidade desses títulos irá variar conforme o produto escolhido, e eles são divididos em três categorias: os indexados ao Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), os indexados à Selic e os prefixados. Veja como funcionam:

  1. Indexados ao IPCA: rendem uma taxa fixa de juros + o IPCA, logo, já garantem retorno sempre superior à inflação, desde que o investidor mantenha o título até o vencimento.
  2. Indexados à Taxa Selic: rendem de acordo com a Selic, atualmente, em 2,25%, mais uma taxa de juros fixa.
  3. Prefixados: pagam um percentual previamente acordado no momento da compra do título; e esta será a remuneração do investidor caso ele mantenha o investimento até o vencimento.

Já os Certificados de Depósito Bancário (CDB), títulos de dívida da Renda Fixa emitidos por bancos e outras financeiras, oferecem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF e conglomerado financeiro até o limite de R$ 1 milhão.

No geral, os CDBs oferecem rentabilidade muito superior à da caderneta de poupança, já que seu rendimento costuma estar atrelado à Taxa DI (CDI), rendendo uma porcentagem desse índice.

O CDI, por sua vez, tem rendimento semelhante ao da Selic. Logo, um CDB com rendimento acima de 70% do CDI, considerando a TR nula, pode oferecer rentabilidade bruta melhor que a poupança nova.

Na hora de escolher CDBs, uma boa dica é optar por produtos que ofereçam rendimento a partir de 100% do CDI para assegurar melhor desempenho em comparação à caderneta, pois é preciso considerar o desconto do Imposto de Renda (IR).

A cobrança do IR para ambas as aplicações (Tesouro Direto e CDB) é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você deixar o seu dinheiro aplicado e sem movimentação, menor o valor a ser pago.